Marília Mendonça contou que resistiu a cantar sertanejo e falou como vê a questão da traição no “Conversa com Bial”, exibido na madrugada desta sexta-feira (15). A cantora, que antes de ficar conhecida em todo o país com sua sofrência soltava a voz cantando pop e rock nos bares no interior de Goiás, chegou a recusar aderir ao ritmo mais tocado no Brasil ultimamente.

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“Estava cantando embaixo de uma árvore, como fazíamos no fim de tarde por causa do calor, quando chegou um cara dizendo: ‘Já pensou em fazer uma dupla, cantar sertanejo em Goiânia? Você vai ganhar muito dinheiro’. Eu disse:  ‘não vou cantar sertanejo de jeito nenhum!’. Então ele falou: ‘um dia você vai levar chifre e vai não só cantar sertanejo, mas também compor'”.

A profecia se realizou. “Aconteceu, igualzinho. Eu era uma das pessoas que chamava sertanejo de música de corno, até acontecer comigo, até eu ser corna. Foi uma praga”, diverte-se ela, que tem no currículo sucessos como “Infiel”, “Amante não tem lar” e “Eu sei de cor”.

Mas Marília Mendonça não fica presa ao gênero que canta. “A música decide meu dia. Eu posso acordar na deprê, aí boto Claudinho e Buchecha, Anitta, Pabllo Vittar pra ficar alegre. Se acordo feliz boto algo mais deprê, senão ninguém aguenta (risos) Minha manicure se assustou outro dia porque eu estava ouvindo rap no quarto”.

Conselheira

A cantora afirma ser muito procurada pelas mulheres traídas e pelas amantes, ambas para contar suas histórias e pedir conselhos. “Muita gente me procura pra contar, já chegaram várias mulheres chorando no camarim, dizendo que acabaram de terminar com o infiel. No Instagram também recebo muitas mensagens contando história e pedindo pra não divulgar. A galera se apega muito na Marília conselheira. Pode mandar, gente, estou precisando de inspiração”.

Embora se inspire na realidade, nem tudo acontece como canta, afirma. “Sempre cantei o que quero ouvir, nem sempre é o que acontece. Deixo com o final feliz para mim. ‘Infiel’, por exemplo: minha tia está com o cara até hoje, eu queria que ela tivesse mandado ele embora”.

Para quem é a outra, Marília Mendonça joga a real. “Nunca vi o cara largar a mulher para ficar com a amante, os homens pensam que o casamento é o mais importante, não ela. E aí (caso se separe da ‘titular’), o cara vai fazer a mesma coisa, é do caráter dele. Tenho comigo que quem trai uma vez, vai trair sempre. Até hoje nunca vi ninguém mudar depois de trair”, disparou.

Ela também acha que as mulheres precisam ser mais unidas nessas horas. “Se fala tanto em feminismo e a mulher ainda culpa a outra pela traição. Se o cara é casado comigo, está do meu lado, é meu namorado, quem me trai é ele! Como vou culpar a amante, se eu não tinha nada com ela?”, reflete.

E como curar a sofrência? “Trair de volta não resolve muito, o melhor é terminar, acabar com tudo mesmo. Se continuar amando o cara se vira, ama outra pessoa. Tudo é uma questão de costume”, aconselha Marília Mendonça.

(Imagens: Reprodução/Globo e Artur Meninea/Globo)